A mostra apresenta um dos precursores da arquitetura moderna australiana no Museu da Casa Brasileira

Harry Seidler

Mural da Casa Rose Seidler

Harry Seidler

Harry Seidler

A exposição itinerante, que já passou por Estônia, Bulgária, Canadá e Estados Unidos,  celebra os 90 anos do arquiteto Harry Seidler (1923-2006), natural da Áustria, que se consagrou ao levar os princípios da Bauhaus para a Austrália. Com abertura no dia 11 de fevereiro, terça-feira às 19h30 
e visitação até 6 de abril, o Museu da Casa Brasileira (MCB) será o primeiro destino da exposição na América do Sul, reforçando a atuação de destaque da instituição na difusão da arquitetura e seu papel de referência neste segmento.

Com curadoria de Vladimir Belogolovsky e co-curadoria de Wilson Barbosa Neto, a mostra reúne originais, muitos deles realizados à época dos projetos, como modelos arquitetônicos, desenhos e esboços, além de maquetes de esculturas, fotografias, filmes e documentos pessoais de Seidler. A exposição é dividida em três módulos: Casas de Sydney; Torres de Sydney; e Além de Sydney, destacando projetos célebres do arquiteto na Austrália e as principais obras desenvolvidas por ele fora do país. Especialmente para a passagem pelo Brasil, foram acrescidos documentos e imagens sobre a proximidade entre Harry Seidler e Oscar Niemeyer, revelando a influência do brasileiro em seu trabalho.

Harry Seidler

Fachada da Casa Rose Seidler

“A exposição no Brasil trata com um olhar diferente a relação entre Harry Seidler e Oscar Niemeyer, não só quando ele esteve trabalhando no país, no final dos anos 1940, mas também por sua produção ao longo da carreira”, explica Wilson Barbosa Neto, arquiteto que trabalhou entre 2009 e 2010 no escritório de Seidler em Sydney e que captou, a partir de acervos familiares, os materiais extras que compõem a mostra no MCB. “Niemeyer influenciou diretamente a produção arquitetônica de Seidler, como pode ser percebido no mural da Casa Rose Seidler (1950), esculpido pelo próprio arquiteto; no telhado de arco duplo da Casa Williamson (Casa Iglu – 1951), que remete à igreja São Francisco de Assis da Pampulha; e em obras mais recentes como a Casa Berman (1999), na linguagem curvilínea fluída da construção.”

Harry Seidler

Casa Williamson

Harry Seidler

Casa Rose Seidler

Harry Seidler

Casa Rose Seidler

“Durante alguns meses em 1948 eu trabalhei com Niemeyer e observei seu processo criativo, que me pareceu semelhante ao de um pintor ou escultor. Traços, gestos intuitivos, ideias apresentadas de uma maneira que aflige as mentes acostumadas a projetos racionalistas. Mas a suspeita logo some quando posteriormente se percebe como fundamentalmente inatacável é a lógica inerente, a clareza e a plausibilidade estrutural e construtiva de tudo. O talento de Niemeyer nasce, e é parte única integrante do clima, do espírito e imaginário brasileiro”, destacou Harry Seidler em texto de 1994.

Harry Seidler

Casa Berman

Harry Seidler

Harry Seidler

Harry Seidler

Harry Seidler

Sala da Casa Berman

Harry Seidler

Harry Seidler

Harry Seidler

Harry Seidler

Arte e design colaborativo

“Tanto quanto precisamos de coisas reais, as necessidades do espírito e do sentido precisam ser saciadas. A arquitetura faz parte do reino da arte como a tecnologia; é a fusão entre o pensar e o sentir”, afirmou Harry Seidler nos anos 1960. Adepto das colaborações criativas, ele trabalhou ao lado de personalidades como os arquitetos Marcel Breuer e Oscar Niemeyer; o engenheiro Pier Luigi Nervi; o fotógrafo Max Dupain; e os artistas Josef Albers, Alexander Calder, Norman Carlberg, Sol Lewitt, Charles Perry, Frank Stella e Lin Utzon.

“Seidler não atuou apenas no domínio da arquitetura, mas também com tudo que envolve o processo de criação arquitetônico. Ele interagia com as disciplinas da arte, como a escultura, conforme é mostrado na exposição em maquetes, desenhos e esboços de obras presentes em suas construções e que foram diretamente influenciadas por ele”, revela Wilson Barbosa Neto. “Outros campos como a fotografia e o design também lhe interessavam, tanto é que ele chegou a projetar cadeiras, utensílios de cozinha e louças de banheiro.”

Depois de São Paulo, “Arquitetura, arte e design colaborativo” será exibida no Rio de Janeiro e em Vitória, antes de chegar a Sydney e Viena (Áustria), onde se encerra a itinerância da mostra. No MCB, haverá programação paralela relativa à exposição, com visitas especiais com os curadores marcadas para os dias 12 de fevereiro, com Vladimir Belogolovsky, e 19 de março, com Wilson Barbosa Neto. A participação do público, em ambas as ocasiões, é gratuita.

:: Serviço ::
Exposição “Harry Seidler: arquitetura, arte e design colaborativo”
Abertura: 11 de fevereiro, terça-feira às 19h30 – Gratuito
Visitação: até 6 de abril (ingressos a 4 reais)
Visitas especiais à mostra com os curadores:
12 de fevereiro às 19h, com Vladimir Belogolovsky
19 de março às 19h, com Wilson Barbosa Neto
Agendamento gratuito: (11) 3032.2499 ou agendamento@mcb.org.br
Local: Museu da Casa Brasileira
Horário: de terça a domingo das 10h às 18h
Endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705 – Jardim Paulistano – Tel. 3032-3727
Ingresso: R$ 4 / Meia-entrada – R$ 2
Domingos e feriados – Gratuito
Visitas orientadas: 3032-2564 – agendamento@mcb.org.br
Site: www.mcb.org.br