A Pinacoteca do Estado, o maior museu da Secretaria da Cultura de São Paulo e um dos maiores do Brasil, tem quatro exposições no momento que valem a pena uma ida ao centro da cidade. A maior delas é a mostra retrospectiva de Antonio Henrique Amaral, com cerca de 160 obras, sendo 80 telas e 80 obras sobre papel. Antonio Henrique é um dos principais artistas brasileiros de sua geração.
Ficou conhecido na década de 70 pelas suas pinturas de bananas, com as quais fez críticas à ditadura militar, por mostrá-las torturadas por cordas, garfos e facas. Depois seguiu com as séries dos bambus, águas e terra, até chegar à fase atual. A pintura de Amaral é sempre intensa, colorida, com muita informação e grandes dimensões. Como um inflamado discurso.
A mostra tem curadoria de Maria Alice Milliet, e ocupa as sete salas climatizadas do espaço museológico. Quem está muito interessado em rever toda a obra do artista, pode também visitar a mostra de sua arte gráfica, exposta na Caixa Cultural, na Praça da Sé.
Outra mostra que a Pinacoteca apresenta agora é da obra de Moussia Pinto Alves, uma artista russa que se casou com um brasileiro na Europa, no começo do século passado, se mudou para o Brasil, conviveu com todos os modernistas, e foi uma das primeiras pintoras e escultoras abstratas do país, nos anos 50 e 60. Fez muitas telas figurativas também, antes e depois da fase abstrata. Sua trajetória é mostrada com mais de 70 obras, joias incluídas, escolhidas pela curadora Stella Teixeira de Barros.
Quem for à Pinacoteca não pode perder também as mostras de dois artistas contemporâneos: Gustavo Resende e Luzia Simons. Rezende mostra 40 trabalhos entre fotos, desenhos e esculturas, dos anos 80 até hoje, escolhidos pelo diretor do museu, Ivo Mesquita. Resende tem o duplo como ideia fixa. E usa sua própria imagem em muitas de suas obras.
Luzia, que mora e trabalha em Berlim, apresenta uma instalação de suas fotos de grandes dimensões, colocadas de costas para cada uma das entradas do octógono, o belo espaço central do museu, criando uma pequena área fechada no centro da sala. Luzia fotografa papoulas de perto. O impacto desta instalação é surpreendente.
O museu, que fica na Avenida Tiradentes, com entrada pela Praça da Luz, vale uma visita nestes dias livres de fim de ano.
Mas atenção, na próxima semana e na seguinte, o museu só abrirá de quinta a domingo.
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